No final de 2009, coloquei uma meta para mim mesmo: 100 filmes até o final de 2010. Com tudo que aconteceu esse ano, tenho que dizer que falhei miseravelmente nessa missão. No total, foram apenas 48 filmes assistidos e 7 idas ao cinema. Uma patética média de 4 filmes por mês – ou 1 filme por semana.

Como esse é um blog completamente egocêntrico, vou escolher qual desses 48 filmes foi o mais importante para mim, mas antes é bom falar um pouco dos que vão ficar de fora. Esse é o ano d’A Rede Social e não tenho nenhuma dúvida disso. O filme me deixou muito incomodado. E quando um filme consegue fazer isso comigo, ele atingiu alguma fraqueza séria minha. Quase levou o melhor do ano.

Na categoria filmes velhos, Segundas Intenções bateu de frente com Casablanca, os dois ótimos em seus lugares. Quem também marcou presença foi o detetive mais fodarástico de todos. Pena que o filme Sherlock Holmes não é tão bom assim, mas logo depois veio a série Sherlock, da HBO, e deixou Guy Richie e Robert Downey Jr. no chinelo.

Outro que quase abocanha o título é Harry Potter 7, por conta de tudo que o livro significa para mim e o quanto que o filme foi bem construído. Um tributo aos fãs. Porém esse também foi o ano que eu assisti 500 dias com Zooey Deschanel ela. E sim, essa é a uma das minhas comédias românticas favoritas.

Só que nenhum desses filmes conseguiu atingir a maestria do “Melhor Filme de 2010”. Com vocês, senhoras e senhores, Onde Vivem os Monstros. E ele vai dividir a primeira colocação com Toy Story 3. Pode isso, Arnaldo?

Onde Vivem os Monstros é o filme que me encantou desde o trailer. Fiquem com as palavras da Patrícia Silveira, minha amiga, que também elegeu Onde Vivem os Monstros como o melhor de 2010:

“Mais um rei. Ao longo da vida, certamente já perdi a conta de quantos já usaram o cetro e a coroa. Eu não acho isso um problema. Muito pelo contrário. Gosto e acho que a coisa é bem assim mesmo. Os reis vão se sucedendo, encontrando os monstros mais ou menos agitados, as casas mais ou menos demolidas, o caos mais ou menos instaurado… Cabe a cada um desses reis fazer aquilo que se espera dele e governar até que o reinado chegue ao fim.”

Eu sou Max. Sou rei. Preciso de reis. Muitos já passaram mas mordi e engoli todos. E sempre vai vir um para suceder. Sempre. É singelo, é tocante. Esse é Onde Vivem os Monstros.

Onde Vivem os Monstros foi vendido com um filme para crianças, mas com certeza não foi feito para elas. Muito menos Toy Story 3, que atende a esse público, mas é para quem se encantou, lá no longínquo 1995, com o primeiro.

Essas pessoas estão hoje em dia com, no mínimo, 19 anos. Se eu sou o Max, também sou o Andy. Muito mais do que me identificar com o Woody e sua lealdade fantástica, ou com Buzz e sua coragem sem precedentes, sou aquele cara que cresceu com brinquedos e histórias. Que sabe que terá que deixá-los para trás. Que vai ter que escolher qual vai lhe acompanhar no próximo passo. Que descobre que a vida sempre vai funcionar dessa maneira, tendo que deixar as coisas que você gosta para trás para seguir em frente.

E por ele ter feito eu chorar pela primeira vez em um filme, divide o pódio com os Monstros. Sim, 2010 foi definitivamente um ano excepcional.